Artigos
O DRAMA SATÍRICO ÔNFALE, DE ÍON DE QUIOS, PARTE 1: APRESENTAÇÃO, MITO E TRADUÇÃO1
OMPHALE, A SATYR-PLAY BY ION OF CHIOS, PART I: PRESENTATION, MYTH AND TRANSLATIO
O DRAMA SATÍRICO ÔNFALE, DE ÍON DE QUIOS, PARTE 1: APRESENTAÇÃO, MITO E TRADUÇÃO1
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, vol. 34, núm. 2, pp. 1-13, 2021
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos
Recepción: 04 Mayo 2020
Aprobación: 30 Septiembre 2020
Resumo: O drama satírico Ônfale, de Íon de Quios (c. 484-422 a.C.), é uma das poucas representações dramáticas gregas do mítico relacionamento amoroso de Héracles com a rainha lídiaÔnfale. Esta publicação contém um sumário das fontes escritas e iconográficas do mito, sua influência no drama antigo, a tradução portuguesa dos 19 fragmentos de Ônfale (dois deles podem ser parte de antigo argumento do drama satírico) e uma reconstrução conjetural do drama.
Palavras-chave: drama satírico, Íon de Quios, teatro grego, Héracles, Ônfale, transvestismo.
Abstract: Omphale, a satyr-play by Ion of Chios (c. 484-422 BC), is one of few known Greek dramas about a mythical love affair between Heracles and Lydian queen Omphale. This publication contains a summary of myth’s written and iconographic sources, its influence on ancient drama, a Portuguese translation of Omphale’s 19 fragments (two may be part of an ancient hypothesis), and a conjectural reconstruction of the satyr play.
Keywords: satyr play, Ion of Chios, Greek theatre, Heracles, Omphale, transvestism.
Íon de Quios viveu entre 484 e 422 a.C., aproximadamente, e foi um dos mais versáteis autores da Antiguidade.2 Visitou Atenas em diversas ocasiões e escreveu tragédias, dramas satíricos, ditirambos, poemas líricos, textos filosóficos e históricos, observações sobre fenômenos astronômicos e reminiscências a respeito de pessoas que conheceu,3 espécie de autobiografia avant la lettre. Temos notícias de sua participação nos concursos dramáticos de Atenas e sabemos que, pelo menos em uma ocasião, venceu simultaneamente os certames de ditirambos e de tragédias. Sua produção teve mérito suficiente para merecer uma piada de Aristófanes (Paz 832-7), a atenção de Calímaco (ΣRV Aristófanes Paz 835-837a), Aristarco (Ateneu 14.634c) e Dídimo,4 e a comparação desfavorável de sua poesia trágica com a de Sófocles (Do Sublime 33.5). O autor do tratado Do Sublime reconheceu que a poesia de Íon era irrepreensível (ἀδιάπτωτος), elegante (γλαφυρός) e, no todo, bem escrita (πάντη κεκαλλιγραφημένος), mas inferior à de Sófocles em termos de ousadia e impacto. A despeito desse derrisório julgamento literário, as numerosas menções e comentários dos eruditos antigos sugerem que as obras de Íon eram lidas e estudadas na Antiguidade, mas nenhuma delas sobreviveu de forma integral.
Ônfale é a única obra conhecida de Íon de Quios que, com certeza, pode ser caracterizada como drama satírico.5 A data de composição é incerta, estimada entre 452-448 e 422 a.C.,6 e só dispomos de vinte e poucos versos, nem todos completos. Há 19 fragmentos, todos eles citações de autores antigos, notadamente Ateneu, o que atesta o interesse despertado pela obra. Há duas tragédias7 de Íon que, assim como Ônfale, fazem parte do ciclo de Héracles: Alcmena (F 5a-8) e Euritidas (F 1013a).8 Schmid e Stählin (1934, p. 88) propuseram que esses três dramas e uma terceira tragédia desconhecida formavam uma tetralogia, mas não há evidências que sustentem essa possibilidade (Silk, 1985, p. 19-20, n. 9).
Nesta primeira parte do artigo, após breve esboço do tema mítico, apresento uma tradução em língua portuguesa dos fragmentos de Ônfale, dispostos de acordo com proposta de reconstrução conjetural e parcial9 do drama, e o texto grego original.
Ônfale, Héracles, mito e drama
Ônfale, de Íon de Quios, inspirou-se no mito da servidão de Héracles junto a Ônfale, rainha da Lídia. De acordo com dados de fontes escritas e iconográficas anteriores a 422 a.C. e acessíveis a Íon,10 Zeus ordenou que Hermes vendesse Héracles como escravo porque ele matou indevidamente Ífito, filho de Êurito, rei da Ecália. Ônfale, rainha da Lídia, comprou-o pelo preço de três talentos e o herói a serviu durante um ano, de acordo com Sófocles (Traquínias 69-70).11 A servidão foi humilhante, mas não muito penosa,12 já que Héracles e Ônfale tiveram pelo menos um filho (Helânico F 122; Paníasis F 23 West; Heródoto 1.7).
Consta que um dos jogos amorosos entre a rainha e seu poderoso escravo era a recíproca troca de vestes: a rainha se recobria com a pele de leão e manejava as armas do herói, enquanto ele usava vestes femininas e fiava.13 Esse detalhe do mito é mencionado, no entanto, somente por autores relativamente recentes, do século I a.C. em diante.14 A maior parte das evidências iconográficas é também dessa mesma época, quando o tema desfrutou de grande popularidade e se tornou até mesmo item de propaganda política (Hekster, 2004).
A fig. 1 constitui exemplo típico das representações artísticas tardias.16 Ela reproduz um afresco da Casa de Marcus Lucretius (Pompeia, IX.3.5), datado de 50-79 d.C., que mostra Héracles embriagado e com longo manto. Ônfale está sóbria e apoiada tranquilamente na clava, vestida com a pele do leão, e três pequenos erotes assinalam a natureza amorosa do vínculo entre senhora e escravo. Os elementos iconográficos da figura de Ônfale são os mais importantes para a identificação desse tipo de cena.
Fontes escritas antigas que apontam as relações íntimas entre Héracles e Ônfale (Helânico, Paníasis, Heródoto) nada falam do transvestismo. Em documentos iconográficos anteriores ao Período Helenístico há, por outro lado, algumas possibilidades, mas nenhum deles contém os elementos essenciais para a identificação de Héracles ou de Ônfale com roupas trocadas.
As mais promissoras (e inconclusivas) evidências do Período Arcaico são de natureza iconográfica:17 a fragmentária ânfora ática de figuras negras do Getty (Malibu 77.AE.45, c. 540 a.C.)18 e uma cabeça feminina de pedra de Atenas, encontrada na Lícia (Atenas 1738, c. 500 a.C.).19 Na ânfora há uma figura feminina não identificada (Ônfale?), recoberta com pele de leão e um arco nas mãos, sentada diante de um homem com cítara (Héracles?); a cabeça de pedra também está coberta com a pele de leão. As duas imagens mostram, aparentemente, Ônfale transvestida.20
Quanto ao Período Clássico, dispomos de evidências literárias e iconográficas de valor variável. Três dramas satíricos intitulados Ônfale devem ter introduzido, durante o século V a.C., detalhes, nuances e acréscimos ao mito básico: o de Íon de Quios, objeto do presente estudo, o de Aqueu de Erétria, contemporâneo de Íon, e o de Demétrio, poeta representado no Vaso de Pronomos (c. 400 a.C.). Do texto de Aqueu21 restam meia dúzia de versos que não mencionam nem Ônfale, nem Héracles, e a existência do drama satírico de Demétrio é apenas uma possibilidade.22 Em relação à comédia, Plutarco (Péricles 24.9) afirma que os poetas cômicos costumavam chamar Aspásia, companheira de Péricles, de Ὀμφάλη τε νέα, ‘a nova Ônfale’; há, portanto, razões para imaginar que Héracles, Ônfale e o transvestismo constituíam um tema cômico razoavelmente recorrente. Os poetas podem ter só abordado, no entanto, outros aspectos cômicos da humilhante servidão de Héracles a uma poderosa figura feminina, como insinuou Sófocles em Traquínias 69-71 e 252-7.23 Plutarco menciona explicitamente24 Cratino (F 259) e Êupolis (F 294), poetas cômicos do final do século V a.C., mas esses fragmentos nada confirmam. A evidência iconográfica mais notável é um esquifo beócio de figuras vermelhas de Berlim (Berlim V.I. 1434, c. 435 a.C.),25 que mostra Héracles, com a pele do leão e sua clava, entregando seu arco a uma figura feminina que o saúda (Ônfale?). Mais atrás, uma serva (?) observa ao lado de um tear não muito proeminente, o que torna a cena sugestiva, mas não conclusiva.
No século IV a.C., os poetas Antífanes (F 174-6) e Cratino II (F 4-5) criaram comédias intituladas Ônfale, das quais temos pouquíssimas informações além do título, e Nicocares compôs uma comédia intitulada Casamento de Héracles (F 7), que pode ter mencionado a união de Héracles e Ônfale. Paléfato, autor do final do século IV a.C., racionalizou e destacou a paixão do herói pela rainha (Histórias inacreditáveis 44), mas não mencionou o transvestismo. Na iconografia, pélica lucaniana de figuras vermelhas (Paris K545, c. 350 a.C.) mostra uma figura feminina com uma espécie de tiara e fuso nas mãos, dirigindo-se a uma figura masculina jovem, apoiada em uma clava. De acordo com Schauenburg (1960, p. 73) e Gantz (1993, p. 439), há grande possibilidade de se tratar, como no caso de Malibu 77.AE.45, de cena inspirada na troca de roupas e atributos entre Héracles e Ônfale.
Em suma, as evidências literárias e iconográficas sugerem, embora com expressiva margem de contestação, que o transvestismo de Héracles e Ônfale era conhecido dos poetas e artistas dos Períodos Arcaico e Clássico. Já no final do Período Clássico ou início do Período Helenístico, temos pelo menos duas obras de arte com sinais indubitáveis do transvestismo de Ônfale: um selo escaraboide (Londres 1905, 0711.5, séc. IV a.C.) e um camafeu (Londres 1923, 0401.1153, 323 a 31 a.C.).26 Nas duas peças vemos claramente Ônfale com a clava e a pele de leão.
De todos os textos dramáticos anteriores, somente alguns fragmentos do drama satírico Ônfale, de Íon de Quios, são associáveis ao transvestismo de Héracles e Ônfale, questão que ainda evoca controvérsias entre os estudiosos.27 Se essa possibilidade se confirmar, dispomos de fonte escrita um século mais antiga do que as duas imagens do Museu Britânico e, mais ainda, podemos imaginar que a obra de Íon teve relevante papel na difusão e popularização da cosmética inversão de papéis28 de Héracles e Ônfale entre artistas e poetas dramáticos que o sucederam.
Tradução e reconstrução conjetural29
Mantive a numeração seguida pelo TrGF, mas posicionei os fragmentos em sequência condizente com a reconstrução proposta.
ÔNFALE, DRAMA SATÍRICO
Íon de Quios
Argumento. A cena se passa no palácio de Ônfale, em Sardes, durante um banquete. Personagens do drama: Héracles, Hermes, Ônfale e o Coro de sátiros; personagens não gregos falam de forma um tanto arrevesada. F 3333a. Personagens mudos? [F 20 e 22].
F33a
e disse Íon
a respeito de Ônfale
(...)
F 33
os bárbaros (falam como) andorinhas
Prólogo. Acessório em forma de cavalo e grua (krádē)30 podem ter sido utilizados. Héracles chega à Lídia, diante do palácio de Ônfale, montado no “cavalo” e acompanhado de Hermes. É possível que o ator entre em cena descendo por meio da grua. F 17a19.
F 17a
〈HÉRACLES〉 Estamos já conduzindo o cavalo de Bóreas fora dos 1
limites de Pélops, Hermes; a viagem se aproxima do fim.
F 18
〈HERMES?〉 A estreita corrente do Êuripo separa a terra da
Eubeia †da costa da Beócia, cortando
a passagem para Creta (?) †
F 19
o penhasco Parnassiano
Párodo. O coro de sátiros, ora submetido a Ônfale, entra em cena. Os sátiros estão maquiados, com roupas femininas, e provavelmente recebem Héracles na entrada do palácio.
Episódios e estásimos. Dentro do palácio há um grande banquete. Não é possível distribuir os fragmentos entre episódios específicos e êxodo, mas pode-se agrupá-los de acordo com dois temas. Não há fragmento com métrica sugestiva de canto coral (estásimos). F 2031, F *59.
1. Cena(s) de banquete.Música, bebida e comida: destaque para os notórios excessos gastronômicos e etílicos de Héracles. F 20, F 21, F 23, F 26-9, F *30.
F 21
〈HÉR.〉 tenho, pois, que manter o festim durante um ano
F 23
〈ÔNFALE〉 E que o lídio aulo magadis conduza o canto
F 20
〈ÔNF.〉 adiante, donzelas, providenciai tigelas e vasos umbelicados
F 26
não há (mais) vinho
no esquifo
F 27
fizeste uma libação, então bebe a corrente do Pactolo
F 28
depois de reduzir a cinzas uma raiz de carvalho fácil de queimar
F 29
durante o silêncio sagrado
ele engoliu os pedaços de madeira e os carvões
F *30
Héracles ... tem dentes ... em três fileiras
2. Cena de transvestismo. Os sátiros colocam roupas femininas e maquiagem em Héracles. F*59, F 22, F24-25, F31.
F 22
〈ÔNF.〉 vamos, harpistas lídias, cantoras de
antigos hinos, adornai nosso hóspede
F *59?
túnica de linho curta, que lhe chegou até metade
da coxa
F 24
unguento de ásaro, mirra e
cosmético de Sardes para a pele: é melhor
conhecê-los do que o estilo de vida na ilha de Pélops
F 25
e o pó negro para pintar os olhos
F 31
〈CORO?〉 estamos lidando com miudezas
Êxodo. A rainha anuncia a (futura) libertação de Héracles e dos sátiros. F 32.
F 32
... thíasos31 ...
Texto grego
Segui basicamente o texto grego do TrGF.32 Os fragmentos foram dispostos na mesma ordem da tradução.
ΟΜΦΑΛΗ ΣΑΤΥΡΙΚΗ
Ἴων Χῖος
F 33a
φη]σὶ δὲ [περὶ
[? Ὀμφάλ]ης Ἴων[
[ ]λ̣η̣ν τι[
F 33
(τούς) βαρβάρους ... χελιδόνας
F 17a
〈ΗΡΑΚΛΗΣ〉 Ὅρων μὲν [ἤ]δη Πέλοπος ἐξελαύ[νο]μεν, (1)
Ἑρμῆ, βόρειον [ἵπ]πον, ἄνεται δ’ ὁδός
F 18
〈ΕΡΜΗΣ?〉 Εὐβοῖδα μὲν γῆν λεπτὸς Εὐρίπου κλύδων
†Βοιωτίας ἀκτῆς ἐχώρισεν ἐκτέμνων
πρὸς κρῆτα πορθμόν†
F 19
σπίλον Παρνασσίαν
F 21
〈ΗΡΑΚΛ.〉 ἐνιαυσίαν γὰρ δεῖ με τὴν ὁρτὴν ἄγειν
F 23
〈ΟΜΦΑΛΗ〉 Λυδός τε μάγαδις αὐλὸς ἡγείσθω βοῆς
F 20
〈ΟΜΦ.〉 ἴτ’ ἐκφορεῖτε, παρθένοι, κύπελλα καὶ μεσομφάλους
F 26
οἶνος οὐκ ἔνι
ἐν τῷ σκύφει
F 27
ἔσπεισας· ἀλλὰ πῖθι Πακτωλοῦ ῥοάς
F 28
ἐξανθρακώσας πυθμέν’ εὔκηλον δρυός
F 29
ὑπὸ δὲ τῆς εὐφημίας
κατέπινε καὶ τὰ κᾶλα καὶ τοὺς ἄνθρακας
F *30
εἶχεν ... τοὺς ὀδόντας ... τριστοίχους Ἡρακλῆς
F 22
〈ΟΜΦ.〉 ἀλλ’ εἶα, Λυδαὶ ψάλτριαι, παλαιθέτων
ὕμνων ἀοιδοί, τὸν ξένον κοσμήσατε
F *59
βραχὺν λίνου κύπασσιν ἐς μηρὸν μέσον
ἐσταλμένος
F 24
βακκάρις δὲ καὶ μύρα
καὶ Σαρδιανὸν κόσμον εἰδέναι χροός
ἄμεινον ἢ τὸν Πέλοπος ἐν νήσῳ τρόπον
F 25
καὶ τὴν μέλαιναν στίμμιν ὀμματογράφον
F 31
〈ΧΟΡΟΣ?〉 ἐρρωπίζομεν
F 32
θίασος
Atenas | Atenas, Museu Arqueológico Nacional |
Berlim | Berlim, Coleção de Antiguidades (Museu Antigo e Museu de Pérgamo) |
Bl. | BLUMENTHAL, Albrecht von. Ion von Chios, die Reste seiner Werke. Stuttgart; Berlin: Kohlhammer, 1939. |
Cipolla | CIPOLLA, Paolo. Ione di Chio. In: CIPOLLA, Paolo. Poeti minori del dramma satiresco. Amsterdam: Adolf M. Hakkert, 2003, p. 106-38. |
Collard | COLLARD, Christopher. Major Fragments of Greek satyric drama. In: O’SULLIVAN, Patrick; COLLARD, Christopher. Euripides Cyclops and Major Fragments of Greek Satyric Drama. Oxford: Oxbow Books, 2013, p. 227-514. |
Jennings | JENNINGS, Victoria; KATSAROS, Andrea (ed.). The World of Ion of Chios. Leiden / Boston: Brill, 2007. |
KPS | PECHSTEIN, Nikolaus; KRUMEICH, Ralph. Omphale. In: KRUMEICH, Ralf; PECHSTEIN, Nikolaus; SEIDENSTICKER, Bernd (ed.). Das griechische Satyrspiel. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1999, p. 479-90. |
L | LEURINI, Aloisius (Luigi). Ionis Chii testimonia et fragmenta. 2ª ed. Amsterdam: A.M. Hakkert, 2000. |
LIMC | Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae, 9 v. duplos. Zurich / Munich / Düsseldorf: Artemis & Winkler, 1981-1999, suppl. 2009. |
Londres | Londres, Museu Britânico |
Malibu | Malibu, Museu J. Paul Getty |
Nápoles | Nápoles, Museu Arqueológico Nacional |
Paris | Paris, Museu do Louvre |
TrGF 1, 2, 3, 4, 5a-b | SNELL, Bruno; KANNICHT, Richard; RADT, Stephan. Tragicorum graecorum fragmenta, v. 1-5 (1, didascaliae et tragici minores; 2, adespota; 3, Aeschylus; 4, Sophocles; 5a-b, Euripides. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 19862007. |
Referências
AMENT, Ernest. J. Aspects of androgyny in Classical Greece. In: DEFOREST, Mary (ed.). Woman’s power, man’s game: essays on Classical Antiquity in honor of Joy K. King. Wauconda IL: Bolchazy-Carducci, 1993, p. 1-31.
BOARDMAN, John. Omphale. LIMC, v. 7, n. 1, p. 45-50, 1994.
BROMMER, Frank. Herakles und Theseus auf Vasen in Malibu. In: Greek Vases in the J. Paul Getty Museum, v. 2. Malibu: The J. Paul Getty Museum, 1985, p. 183-228.
BULLOUGH, Vern L.; BULLOUGH, Bonnie. Cross dressing, sex, and gender. Philadelphia PA: University of Pennsylvania Press, 1993.
CYRINO, Monica Silveira. Heroes in d(u)ress: transvestism and power in the myths of Herakles and Achilles. Arethusa, Baltimore, v. 31, n. 2, p. 207-41, 1998.
DOVER, Kenneth. J. Ion of Chios: his place in the history of Greek Literature. In: BOARDMAN, John; VAPHOPOULOU-RICHARDSON, C.E. (ed.). Chios: a conference at the Homereion in Chios, 1984. Oxford: Clarendon Press, 1986, p. 27-37.
DUNN, Jackie; DUNN, Bob. Pompeii in Pictures. Disponível em: pompeiiinpictures.com. Acesso em: 10/07/2019.
EASTERLING, Pat. Looking for Omphale. In: JENNINGS, Victoria; KATSAROS, Andrea (ed.). The World of Ion of Chios. Leiden; Boston: Brill, 2007, p. 282-92.
EPPINGER, Alexandra. Hercules cinaedus? The effeminate hero in Christian polemic. In: CAMPANILE, Domitilla; CARLÀ-UHINK, Filippo; FACELLA, Margherita (ed.). TransAntiquity: cross-dressing and transgender dynamics in the Ancient World. London; New York: Routledge, 2017, p. 202-14.
FOWLER, Robert L. Early Greek mythography. v. 2: commentary. Oxford: Oxford University Press, 2013.
GANTZ, Timothy. Early Greek Myth. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1993.
HEKSTER, Olivier. Hercules, Omphale, and Octavian’s ‘counter-propaganda’. BABESCH, Leuven, v. 79, p. 159-66, 2004.
HUXLEY, George. Ion of Chios. Greek, Roman and Byzantine Studies, v. 6, p. 29-46, 1965.
JARCHO, Viktor N. Zu dem neuen Mimos-Fragment (P.Oxy. 53, 3700). Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, Köln, v. 70, p. 32-34, 1987.
KALTSAS, Nikolaos. Sculpture in the National Archaeological Museum, Athens. Trad. David Hardy. Los Angeles: The J. Paul Getty Museum, 2002.
LEE, Mireille M. Acheloös peplophoros. Hesperia, Athens, v. 75, p. 317-25, 2006.
LEITAO, David D. The Perils of Leukippos: initiatory transvestism and male gender ideology in the ekdusia at Phaistos. Classical Antiquity, Berkeley, v. 14, n. 1, p. 130-63, 1995.
LORAUX, Nicole. Herakles, the supermale and the feminine. Trad. Robert Lamberton. In: LORAUX, Nicole. The experiences of Tiresias: the feminine and the Greek man. Trad. Paula Wissing. Princeton NJ: Princeton University Press, 1995 [1990, 1ª ed. do artigo], p. 116-39.
POWELL, Anton. Athens’ pretty face: anti-feminine rhetoric and fifth-century controversy over the Parthenon. In: POWELL, Anton (ed.). The Greek World. London; New York: Routledge, 1995, p. 245-70.
RIBEIRO JR., Wilson A. A recepção das tragédias fragmentárias de Eurípides nos séculos V e IV a.C. Codex – Revista de Estudos Clássicos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 123-51, 2018. DOI: https://doi.org/10.25187/codex.v6i2.21153
SABETAI, Victoria. Looking at Athenian vases through the eyes of the Boeotians. In: SCHMIDT, Stefan; STÄHLI, Adrian (ed.). Vasenbilder im Kulturtransfer. Munich: C.H. Beck, 2012, p. 121-37.
SCHAUENBURG, Konrad. Herakles und Omphale. Rheinisches Museum für Philologie, Köln, v. 103, p. 57-76, 1960.
SCHMID, Wilhelm; STÄHLIN, Otto. Geschichte der griechischen Literatur, v. 2, p. 1. München: C.H. Beck, 1934.
SEAFORD, Richard. Euripides Bacchae. Warminster: Aris & Phillips, 1996.
SILK, Michael Stephen. Heracles and Greek Tragedy. Greece & Rome, Cambridge, v. 32, n. 1, p. 1-22, 1985.
SUHR, Elmer G. Herakles and Omphale. American Journal of Archaeology, Boston, v. 57, n. 4, p. 251-63, 1953.
WALKER, Henry J. Theseus and Athens. Oxford: Oxford University Press, 1995.
WEBSTER, Thomas B. L. Sophocles and Ion of Chios. Hermes, Stuttgart, v. 71, p. 263-74, 1936.
WEST, Martin L. Ion of Chios. Bulletin of the Institute of Classical Studies, London, v. 32, n. 1, p. 71-8, 1985.
Notas