De Sepvlchrorvm Titvlis

o epigrama e o epitáfio no tratado De Re Ædificatoria de Leon Battista Alberti

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v37.2024.1074

Palavras-chave:

Epigram; epitaph; funerary; inscription; sepulchral; Renaissance.

Resumo

O presente artigo propõe-se a comentar a visão que o humanista italiano Leon Battista Alberti apresenta sobre epigrama, inscrição e epitáfio no capítulo IV do livro VIII do tratado arquitetônico De Re Ædificatoria. A partir da visão de Alberti, buscaremos, por meio da intertextualidade, também identificar as possíveis fontes e tradições epigramáticas com as quais o autor dialoga nessa passagem, fazendo uma breve exposição da história do gênero desde suas origens gregas mais antigas, passando pela sua prática em Roma, até chegarmos ao seu reflorescimento pelos humanistas durante o Renascimento. Esta breve história do epigrama servirá para rastrearmos com mais precisão se Alberti incorpora elementos de apenas uma dessas tradições ou de várias delas. Por fim, procuraremos reunir aqui tanto o que Alberti quanto a crítica literária moderna, embora sem definição explícita, entende por epitáfio.

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Biografia do Autor

  • Michael Sanches, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

    Possui bacharelado em Letras - Português e Latim pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Atua na área de estatuária e imagética no mundo greco-latino e na intersecção entre estatuária e literatura durante a Antiguidade e a primeira fase do Renascimento Italiano. Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da Universidade de São Paulo, estudando e traduzindo o humanista da Renascença Italiana Leon Battista Alberti. É membro efetivo da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC). Também é membro ativo do laboratório de estudos Imagens da Antiguidade Clássica (IAC-USP) e do Laboratório de Tradução de Textos e Imagens (LaTTIm/USP). Também foi membro efetivo do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano e Mediterrâneo Antigo (LEIR-MA) do Instituto de História da (FFLCH-USP).  

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  • Paulo Martins, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

    Paulo Martins tem Graduação em Latim e Grego (1990), Mestrado (1996) e Doutorado (2003) em Letras Clássicas e Livre Docente de Língua e Literatura Latina na Universidade de São Paulo onde desde 1999 e atua como Professor Associado e como Diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (2020-24). Foi Vice-diretor (2016-20); Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas (2009-11) e Vice-chefe do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (2015-16). Foi pesquisador do CNPq (2015-2021). Foi Visiting Professor (2012) no King's College London, Visiting Fellow (2013-14) na Yale University e Academic Fellow (2018) do Institute of Classical Studies da School of Advanced Studies da University of London (2018). É coordenador dos convênios internacionais entre a FFLCH/USP e a Università degli Studi "Aldo Moro", Bari e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi Professor de Língua e Literatura Latina em diversas universidades particulares de São Paulo e na Universidade Estadual Paulista (UNESP-Assis), além de ter sido Professor de Literatura Brasileira e Língua Portuguesa no Ensino Médio em colégios de São Paulo. Já formou Mestres e Doutores. Já supervisionou Pós-doutorado e formou inúmeros pesquisadores de IC. Atuou no movimento docente, tendo sido Vice-Presidente Regional/SP do ANDES-SN (1996-98) e membro de sua executiva nacional. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos - SBEC (2016-17) da qual também já foi seu Vice-Presidente (2010-11). Coordena o núcleo de pesquisa e de estudos PROAERA/IAC/USP-UFRJ, credenciado junto a SBEC e CNPq e também o Laboratório de Tradução de Textos e Imagens (LATTIM/USP). É Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Retórica (SBR) e Sócio Fundador da Organización Iberoamericana de Retórica (OIR). Publicou em diversos veículos de comunicação e tem inúmeros artigos publicados em periódicos com seleta política editorial. Possui quatro livros publicados recentemente: Imagem e Poder. Considerações sobre a representação de Otávio Augusto (2011) pela Edusp; Algumas Visões da Antiguidade (2009) pela 7Letras/Faperj; Literatura Latina (2009) pela IESDE, Elegia Romana - Construção e Efeito (2009) pela Humanitas, Augustan Poetry: New Trends and Revaluations (2019) pela SBEC e Humanitas, Primeiros Anos de (Des)Governo (2021) pela FFLCH, A Representação e seus Limites. Pictura Loquens, Poesis Tacens (2021) pela Edusp e está em preparação Caminhos e Descaminhos da Écfrase.Alguns indicadores: Google Scholar 533 citações, índice H = 12 e i10 = 19. SCOPUS 1 citação, Scielo 1 citação, Web of Science, 3, Total de auxílios e bolsas FAPESP: 22. Academia.edu: > 2,164 seguidores e > 101.265 consultas, author ranking 11.5. ResearchGate: RG score 12.59, h index = 8, reads 26.954, citations 229, recommendations 88, Research Interest 146.7. ORCID: 0000-0002-2321-1033; Researcher ID/Plublons: C-6135-2012.

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Publicado

2024-04-25

Como Citar

Sanches, M., & Martins, P. . (2024). De Sepvlchrorvm Titvlis: o epigrama e o epitáfio no tratado De Re Ædificatoria de Leon Battista Alberti. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 37. https://doi.org/10.24277/classica.v37.2024.1074