As águas de Propércio e sua viagem ao mar
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v38.2025.1104Palavras-chave:
Propércio; Imagens das águas; recusatio; regime Augustano.Resumo
Este artigo pretende apresentar aspectos políticos gerais na obra de Propércio e aprofundar a discussão sobre o uso metafórico das águas, entendendo haver uma linha conectando os dois assuntos. Existem diversos argumentos sobre a estrutura de seus quatro livros, alguns apontam para uma progressiva aproximação de Propércio ao regime Augustano, enquanto outros negam essa acepção. O objetivo aqui é contribuir para a leitura da obra de Propércio, entender os aspectos políticos nela envolvidos e analisar o subtexto das metáforas relativas à água.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2017.
BOLDRER, Francesca. Qua maxima Roma est. Ars & Humanitas, v. 16, n. 1, p. 7-27, 22 dez. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.4312/ars.16.1.7-27.
CATULO. O livro de Catulo. Tradução de João Ângelo Oliva Neto São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.
CALLIMACHUS. Hymns and epigrams. Translated by A.W. Mair. Cambridge, Mass.: Harvard University Press; London: W. Heinemann, 1955.
CONTE, Gian. Biagio. A Humorous Recusatio. On Propertius 3.5. The Classical Quarterly, v. 50, n. 1, p. 307-10, 2000. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/1558962.
CRAIG, Deirdre J. M. Generic Fluctuations: metapoetic water in propertius. 2009. 268 f. Thesis (Doctor in Philosophy) – University Of Dublin, Dublin, 2009.
DEBROHUN, Jeri Blair. Roman Propertius and the Reinvention of Elegy. Michigan: The University Of Michigan Press, 2003.
FEAR, Trevor. Propoertian Closure: The Elegiac Inscription of the Liminal Male and Ideological Contestantion in Augustan Rome. In: ANCONA, Ronnie; GREENE, Ellen (ed.). Gendered Dynamics in Latin Love Poetry. Baltimore: Arethusa Books, 2005. p. 13-40
FENNO, Jonathan. “A Great Wave against the Stream”: water imagery in iliadic battle scenes. The American Journal Of Philology, v. 126, n. 4, p. 475-504, 2005.
FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação. As categorias de pessoa, tempo e espaço. São Paulo: Ática, 1996.
FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2000.
FITZGERALD, William. Variety: The Life Of A Roman Concept. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2016.
FREUDENBURG, Kirk. ‘Recusatio’ as Political Theatre: Horace’s Letter to Augustus. The Journal of Roman Studies, v. 104, p. 105-32, 2014. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/43286868.
GAGLIARDI, Paola. Triumph in Ovid: between literary tradition and augustan propaganda. Greece And Rome, v. 69, n. 2, p. 203-224, 6 set. 2022. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1017/s001738352200002x.
GOLD, Barbara K. (ed.). A Companion To Roman Love Elegy. Oxford: Blackwell Publishing, 2012.
GREIMAS, Algirdas. J. Sobre o sentido. Ensaios Semióticos. Tradução de Ana Cristina Cruz Cesar (e outros) Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1975
GREIMAS, Algirdas. J. Sobre o sentido II. Ensaios Semióticos. Tradução de Dilson Ferreira da Cruz São Paulo: Nankin Editorial e Edusp, 2014.
GREIMAS, Algirdas. J. Structural Semantics. An Attempt at a Method. Translated by Daniele McDowell, Ronald Schleifer and Alan Velie. Lincoln: University of Nebraska Press, 1966.
GREIMAS, Algirdas. J.; RASTIER, François. The Interaction of Semiotic Constraints. Yale French Studies, v. 41, p. 86-105, 1968. https://doi.org/10.2307/2929667
GÜNTHER, Hans-Christian (ed.). Brill’s Companion to Propertius. Leiden-Boston: Brill, 2006.
HARRISON, Stephen. The Primal Voyage and the Ocean of Epos, Dictynna, v. 4,
p. 58-71, 2007. DOI: https://doi.org/10.4000/dictynna.146. Disponível em: http://journals.openedition.org/dictynna/146. Acesso em: 25 juil. 2024.
HARRISON, Stephen. Time, place and political background. In: THORSEN, Thea S. (ed.). The Cambridge Companion To Latin Love Elegy. Cambridge: Cambridge University Press. 2013, p. 133-50.
HEIDEN, Bruce. Learned Allusions and Political Expression in Propertius 2.1.51-70. Latomus, v. 47, n. 2, p. 358-64, 1988. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/41540885.
HESLIN, Peter. Metapoetic Pseudonyms in Horace, Propertius and Ovid. Journal Of Roman Studies, v. 101, p. 51-72, 14 jun. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.1017/s0075435811000062.
HESIOD, The Theogony. Translated by Hugh. G. Evelyn-White. Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1914.
HESÍODO. Teogonia. A origem dos deuses. Estudo e tradução por Jaa Torrano. 2. ed. São Paulo: Iluminuras, 1991.
HEYWORTH, Stephen J. Cynthia. a companion to the text of propertius. Oxford: Oxford University Press, 2007.
HEYWORTH, Stephen J. Propertius, Patronage And Politics. Bulletin of the Institute of Classical Studies, v. 50, p. 93-128, 2007. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/43646696.
HEYWORTH, Stephen J. Propertius: division, transmission, and the editor’s task. In: LEEDS INTERNATIONAL LATIN SEMINAR, 8, 1995. Papers […]. Leeds: University of Leeds, 1995. p. 165-85.
HEYWORTH, Stephen J.; MORWOOD, James Henry Weldon. A Commentary on Propertius, Book 3. Oxford: Oxford University Press, 2011.
HOMER. Homeri Opera in five volumes. Thomas W. Allen and David B. Monro (ed.). Oxford: Oxford University Press, 1920.
HOMER. Iliad. Translated by A. T. Murray. Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1934. V. II.
HOMERO. Íliada. Tradução e prefácio por Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013.
KENNEDY, Duncan F. The Arts of Love. Five Studies In The Discourse Of Roman Love Elegy. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
LIEBESCHUETZ, Wolf. Propertius IV, 1: Introducing the Last Book of Propertius. Latomus, v. 72, n. 4, p. 971-83, 2013. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/23800159. Accessed: 24 July 2024.
LUCK, George. The Latin Love Elegy. 2. ed. London: Methuen, 1969.
MARTINS, Paulo. A Representação e seus Limites: pictura loquens, poesis tacens. São Paulo: Edusp, 2021.
MARTINS, Paulo. Imagem e Poder: Considerações Sobre a Representação de Otávio Augusto. São Paulo: Edusp, 2012.
MARTINS, Paulo. Elegia romana: construção e efeito. São Paulo: Humanitas, 2009.
MARTINS, Paulo. Espelhamento metapoético: Propércio 1.2 e 2.1 Revista Organon, v. 31, n. 60, p. 205-27, 2016.
MARTINS, Paulo. A Rumour In Propoertius. In: MARTINS, Paulo; HASEGAWA, Alexandre; OLIVA NETO, João Angelo (ed.). Augustan Poetry New Trends and Revaluations. São Paulo: Humanitas, 2019. p. 37-66.
MARTINS, Paulo. Ekphrasis, Digression and Elegy: The Propertius’ Second Book. Classica – Revista Brasileira de Estudos Clássicos. v. 30, n. 1, p. 175-92, 2017.
MARTINS, Paulo. Sobre a metapoesia em Propércio e na poesia erótica romana: O Poeta Rufião. Revista Classica, v. 28, n. 1, p. 125-59, 2015.
OLIVA NETO, João Angelo. Dos gêneros da poesia antiga e sua tradução em português. 2013. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
O’NEILL, Kerill. Propertius 4.4: Tarpeia and the Burden of Aetiology. Hermathena, n. 158, p. 53-60, 1995. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/23041068.
PROPÉRCIO, Sexto. Elegias de Sexto Propércio. Organização, tradução, introdução e notas: Guilherme Gontijo Flores. São Paulo: Autêntica, 2014.
PROPÉRCIO, Sexto. Elegias de Sexto Propércio. Organização, tradução, introdução e notas Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
RÜPKE, Jörg. Veneration of Venus in Augustan love poetry as a metaphor of total devotion. Religion, v. 53, n. 1, p. 68-86, 30 nov. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/0048721x.2022.2150404.
SMITH, Peter L. Poetic Tensions in the Horatian Recusatio. The American Journal of Philology, v. 89, n. 1, p. 56-65, 1968. JSTOR, https://doi.org/10.2307/293374.
SULLIVAN, John. The Politics Of Elegy. Arethusa, v. 5, n.1, p. 17-34, 1972.
SULLIVAN, John. Patrick. Propertius: a critical introduction. Cambridge: Cambridge University Press, 1976.
SULLIVAN, John. Propertius Book IV: Themes and Structures. Illinois Classical Studies, v. 9, n. 1, p. 30-4, 1984. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/23062577. Accessed: 24 July 2024.
TURPIN, William. Ovid’s New Muse: Amores 1.1. The Classical Quarterly, v. 64, n. 1, p. 419-21, 2014. JSTOR, https://www.jstor.org/stable/26546318.
TURPIN, William et al. Amores 1.1: ovid finds his muse. In: TURPIN, William et al. Ovid, Amores: (book 1). Open Book Publishers, 2016, p. 21-30.
THORSEN, Thea S. (ed.). Latin Love Elegy. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
VIRGIL. Eclogues, Georgics, Aeneid. Translated by Fairclough, H R. Loeb Classical Library v. 63-64. Cambridge, MA.: Harvard University Press. 1916.
VEYNE, Paul. Elegia erótica romana. o amor, a poesia e o Ocidente. São Paulo: Editora Unesp, 2015.
WEINLICH, Barbara. The Story of a Poet’s Apologetic Emancipation: the recusatio-narratives in Propertius 3.3, amores 1.1, 2.1, and 3.1. Helios, v. 37, n. 2, p. 129-52, set. 2010. Project MUSE. DOI: http://dx.doi.org/10.1353/hel.2010.0008. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/452591. Acesso em: 20 jul. 2023.
WESTWOOD, Guy. CHANGING THE SAIL: Propertius 3.21, catullus 64 and ovid, heroides 5. The Classical Quarterly, v. 72, n. 1, p. 247-54, 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.1017/s0009838822000180.
WYKE, Maria. The Roman mistress. gender, politics, love poetry, reception. New York: Oxford University Press, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Guilherme Pezzente, Paulo Martins

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.