Olímpia a serviço de Germânia: a recepção da arte e da tradição olímpica da Grécia antiga no contexto dos Jogos Olímpicos de Berlim
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v19i2.115Palavras-chave:
Olimpíada, Jogo Olímpicos de Berlim, Esporte, Discurso nazista, Totalitarismo.Resumo
Nossa contribuição se destina à apresentação crítica das diversas formas de expressão do discurso nazista no contexto dos XI Jogos Olímpicos, realizados em 1936 na cidade de Berlim, construído a partir da recepção da iconogra?a grega e do ideal olímpico de “paz” que remonta à trégua sagrada que vigorava entre as cidades durante as olimpíadas na Grécia antiga, e do resgate do caráter ritualístico que envolvia os Jogos Olímpicos na sua origem. Partindo de exemplos nos âmbitos do cinema (o “Prólogo” do ?lme Olympia, da cineasta Leni Riefenstahl), das artes plásticas (esculturas que ornamentam o Estádio Olímpico de Berlim, e o Discóbolo, de Myron) e da imprensa (artigos publicados em jornais da época), pretendemos demonstrar na prática as estratégias de manipulação e de persuasão empregadas pelos detentores do poder no intuito de fabricar perante a opinião política internacional uma “ponte” entre a Grécia antiga e a Alemanha nazista como “nação amante da paz”, bem diferente daquela situação vivenciada no dia-a-dia de um Estado totalitário que tinha por fundamentos o expansionismo militar e o racismo.
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