Réflexions pour une approche anthropologique de la guerre homérique
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v17i17/18.378Palavras-chave:
Ilíada, representação da guerra, lugar da guerra, hoplita, equilíbrio.Resumo
Os historiadores contemporâneos são unânimes em considerar que a guerra era "natural" para os gregos antigos. A generalização é bem mais perigosa porque ela suscita um círculo vicioso de justificativas, por meio das quais se passa da evidência das guerras para sua frequência e daí ao reconhecimento de um temperamento belicoso dos gregos. Tendo como referência dois estudos essenciais de Momigliano e Vernant, a presente contribuição mostra que o postulado de uma evidência da guerra impediu que se reconhecesse, desde a Ilíada, um processo de reflexão para justificar a guerra, dando-lhe um sentido. Situada em uma planície de Troia livre de qualquer obstáculo, animada por um jogo de investidas mútuas, a guerra homérica se assemelha à tensão de uma balança em que o equilíbrio vai ceder. Bem mais do que uma simples metáfora, a estabilização e a comparação das forças remete ao desejo de uma guerra cujo veredicto possa advir da equidade.Downloads
Referências
BERNAND, André. Guerre et violence dans la Grèce antique. Paris: Hachette, 1999.
BRUN, Patrice. Pourquoi la guerre? In: BRUN, P. Guerres et sociétés dans les mondes grecs (490-322). Paris: Editions du Temps, 1999. p. 7-17.
BOUVIER, David. La tempête de la guerre. Remarques sur l’heure et le lieu du combat dans I’Iliade. Metis, Paris, Athènes, v. 1, p. 237-257, 1986.
BOUVIER, David. Memoria epica e memoria storica in Grecia antica. In: CAJANI, G.; LANZA, D. L’antico degli antichi. Palermo: Palumbo, 2001. p. 31-60.
BOUVIER, David. De la plaine de Troie au champ de bataille hoplitique: la tradition d’une guerre sans ruse en Grèce ancienne. In: OLIVIER, H.; GIOVANNELLI-JOUANNA, P. Actes du Colloque “Ruses, secrets et mensonges chez les historiens grecs et latins”, Lyon 3, Université Jean Moulin. (À paraitre).
CLASTRES, Pierre. Recherches d’anthropologie politique. Paris: Seuil, 1980.
DETIENNE, Marcel. La phalange: problèmes et controverses. In: VERNANT, J.-P. Problèmes de la guerre en Grèce ancienne. Paris: Seuil-EHESS, 1999 (1968). p. 157-188.
DUMEZIL, Gorges. Aspects de la fonction guerrière chez les Indo-Européens. Paris: PUF, 1956.
DUMEZIL, Georges. La courtisane et les seigneurs colorés. Esquisses de mythologie. Paris: Gallimard, 1983.
FINLEY, Moses I. Generalizations in Ancient History. In: GOTTSCHALK, L. Generalizations in the Writing of History. Trad. J. Carlier e Y. Llavador. Paris: Flammarion, 1981 [1975]. p. 60-74. [Repris in FINLEY, M. I. Mythe, mémoire, histoire. Les usages du passé.]
GARLAN, Yvon. Recherches sur la poliorcétique grecque. Paris: de Boccard, 1974.
GARLAN, Yvon. La guerre dans l’Antiquité. Paris: Fernand Nathan, 1993 [1972].
GARLAN, Yvon. Guerre et économie en Grèce ancienne. Paris: La Découverte, 1999 [1989].
GARLAN, Yvon. L’homme et la guerre. In: VERNANT, J.-P. L’homme grec. Paris: Seuil, 1993. [Repris in BRULE, P.; OULHEN, J. La guerre en Grèce à l’époque classique. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 1999. p. 17-42.]
GRUNDY, George B. Thucydides and the History of his Age. Oxford: J. Murray, 1948 [1911]. v. I.
HEURGON, Jacques. De la balance aux foudres. In: Mélanges de littérature et d'épigraphie la tines, d'histoire ancienne et d'archéologie. Hommage à la mémoire de Pierre Wuilleumier. Paris: Les Belles Lettres, 1980. p. 185-96.
LENDON, J. E. Homeric vengeance and the outbreak of Greek wars. In: van WEES, H. War and Violence in Ancient Greece. London: Duckworth, 2000. p. 1-31.
LORAUX, Nicole. La cité divisée. Paris: Payot, 1997.
LORENZ, Konrad. L’agression. Trad. Vilma Fritsch. Paris: Flammarion, 2003 [1966].
MOMIGLIANO, Arnaldo. Somes observations on causes of war in ancient historiography. In: Acta Congressus Madvigiani. Proceedings of the Second International Congress of Classical Studies (1954), 1958. v. I. p. 199-211. [Repris in Secundo contributo alla storia degli studi classici e del mondo antico. Roma: Edizioni di Storia e letteratura, 1960. p. 13-27.]
MOMIGLIANO, Arnaldo. Problèmes d’historiographie ancienne et moderne. Trad. A. Tachet et al. Paris: Gallimard, 1983.
ROMILLY, Jacqueline de. Histoire et raison chez Thucydide. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
SHIPLEY, Graham. Les limites de la guerre. In: BRULE, P.; OULHEN, J. La guerre en Grèce à l’époque classique. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 1999. p. 49-68.
SCHUBERT, Paul. Noms d’agent et invective: entre phénomène linguistique et interprétation du récit dans les poèmes homériques. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht (Hypomnemata, 133), 2000.
VERNANT, Jean-Pierre. Introduction. In: VERNANT, J.-P. Problèmes de la guerre en Grèce ancienne. Paris: Seuil-EHESS, 1999 [1968]. p. 11-38.
VERNANT, Jean-Pierre. Mythe et société en Grèce ancienne. Paris: Seuil-La Découverte, 1992 [1974].
VAN WEES, Hans. The development of the hoplite phalanx: iconography and reality in the seventh century. In: van WEES, H. War and Violence in Ancient Greece. London: Duckworth, 2000. p. 125-167.
VAN WEES, Hans. Tyrants, Oligarchs and Citizen Militias. In: CHANIOTIS, A.; DUCREY, P. Army and Power in the Ancient World. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 2002. p. 61-82.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.