O dono da voz: a comédia do auto-elogio e da censura

Autores

  • Adriane da Silva Duarte Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v9i9/10.514

Palavras-chave:

Aristófanes, Comédia antiga, Parábase, Literatura grega, Grécia.

Resumo

A parábase, enquanto herdeira da lírica, apresenta o poeta como sábio, uma voz autorizada a aconselhar a comunidade. Consistirá simultaneamente em peça de propaganda e fórum de debates, sistematizando para os espectadores os temas desenvolvidos no decorrer da peça. Ao longo da carreira de Aristófanes, o poeta é substituído pela personagem do coro como sujeito da parábase. Essa mudança, aparentemente pequena, refletiria a crise do saber tradicional em Atenas no final do séc. V a.C., posto em xeque pela multiplicação das vozes que se habilitam a falar a cidade, bem como pelo desprestígio do teatro enquanto local privilegiado de discussão da esfera pública.

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Referências

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Publicado

1997-12-19

Edição

Seção

Jogos e Espetáculos no Mundo Antigo

Como Citar

Duarte, A. da S. (1997). O dono da voz: a comédia do auto-elogio e da censura. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 9(9/10), 82-89. https://doi.org/10.24277/classica.v9i9/10.514