Apolo e Mársias: certame ou duelo musical?

Autores

  • Fábio Vergara Cerqueira Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.14195/2176-6436_25_4

Palavras-chave:

Grécia antiga, Música grega, Iconogra?a, Mitologia, Apolo

Resumo

Estudamos o tratamento mitológico da dualidade simbólica entre a lýra e o aulós na música grega antiga. Para tanto, analisamos o complexo mitológico que envolve as seguintes narrativas: a) a criação do aulós e posterior descarte pela deusa Atena, b) a adoção do aulós pelo sileno Mársias, e c) o duelo musical entre Apolo e Mársias e suas consequências. Cotejamos a abordagem mitológica deste complexo nas tradições literária e grá?ca. No que se refere à tradição literária, enfocamos os seguintes autores: Píndaro (Píticas, XII), Melanípides (ap. Ateneu), Heródoto, Xenofonte (Anábasis), Apolodoro (Biblioteca) e Ovídio (Metamorfoses e Fastos). No que concerne a tradição iconográ?ca, trazemos sobretudo a pintura dos vasos áticos e ápulos, assim como vasos e espelhos etruscos, além da referência a grupos escultóricos conhecidos por meio de Plínio, o Velho, e Pausânias. A popularidade do tema, na literatura e pintura de vasos, nos remete ao debate ?losó?co, pedagógico, político e estético abrangido pela dicotomia simbólica entre o aulós e a lýra. E, além disso, é um dos componentes de um sistema de pensamento, pretensamente hegemônico, caracterizado por ter objetivos normatizadoras no que se refere à cultura e aos comportamentos sociais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fábio Vergara Cerqueira, Universidade Federal de Pelotas
    Professor Associado do Departamento de História
    da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas,
    RS, Brasil.

Referências

CERQUEIRA, F. V. Argumentos aristotélicos em favor do ensino musical. Dissertatio, UFPel, Pelotas, v. 3, n. 1, p. 79-86, 1996.

CERQUEIRA, F. V. Percepciones estéticas y valoraciones éticas del uso cotidiano de los instrumentos musicales en la Grecia antigua. Iter – Encuentros, Santiago, Chile, v. XIV, p. 103-128, 2007.

CERQUEIRA, F. V. (2011) A música grega antiga: origem, identidade e etnicidade. In: TACLA, A. B.; MENDES, N. M.; CARDOSO, C. F.; LIMA, A. C. C. (Org.). Uma trajetória na Grécia Antiga. Homenagem à Neyde Theml. Rio de Janeiro: Ed. Apicuri, 2011. p. 187-208.

CUMONT, F. Recherches sur le symbolisme funéraire sur les sarcophagues romains. Paris: Geuthner, 1942.

DEMARGNE, P. Athena, Commentaire. Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae, t. II, v. 1, 1981.

DUGAS, C. Héraclès Mousicos. In: DUGAS, Charles (Recueil). Paris: Boccard, 1960. p. 115-121.

HARVEY, P. Dicionário Oxford de Literatura Clássica Grega e Latina. Trad. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.

METZGER, H. Le cycle d’Apollon. In: ______. Les représentatios dans la céramique attique du IV siècle. Paris: Boccard, 1951. p. 158-168.

METZLER, D. Einfluss der Pantomime auf die Vasenbilder des 6. und 5. Jhts. v. Chr. In: BÉRARD, C. et alli. (Org.). Cahiers d’Archéologie Romande 36 (Images et Société en Grèce Ancienne. L’iconographie comme méthode d’analyse). Lausanne: Institut d’Archéologie et d’Histoire Ancienne, 1987. p. 73-8.

PICARD, C. Manuel d’Archéologie grecque, La Sculpture, II, Période Classique, Vesiècle. Paris: Auguste Picard, 1939.

QUEYREL, A. Scènes apoliniennes et scènes dionysiaque du peintre de Pothos. Bulletin de Correspondances Helléniques, p. 126-127, fig. 6, 1984.

SNODGRASS, A. La naissance du récit dans l’art grec. In: BÉRARD, C. et alli. (Org.). Cahiers d’Archéologie Romande, v. 36. Images et Société en Grèce Ancienne. L’iconographie comme méthode d’analyse. Lausanne: Université de Lausanne, 1987. p. 11-8.

Downloads

Publicado

2012-07-04

Edição

Seção

Dossiê Temático

Como Citar

Cerqueira, F. V. (2012). Apolo e Mársias: certame ou duelo musical?. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 25(1/2), 61-78. https://doi.org/10.14195/2176-6436_25_4