O artífice e o poeta
os epigramas plástico-eróticos de Rufino e a emulação nas artes
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v34i2.860Palavras-chave:
Rufino , epigrama grego , poesia erótica , descrição , emulaçãoResumo
O presente artigo tem como foco Rufino, poeta grego sobre o qual pouco se sabe, cujos poemas supérstites estão conservados no quinto livro da Antologia Grega ou Palatina. Meu objetivo principal é discutir um certo conjunto de epigramas em que o poeta descreve tipos femininos cujas graças rivalizam com as deusas – em alguns deles, inclusive, o poeta reelabora em chave epigramática o tema do Julgamento de Páris –, com o intento de demonstrar que, ao emular pintores e escultores, Rufino, em seus poemas plástico-eróticos, põe em cena aspectos importantes relacionados à composição artística de um modo geral baseados na emulação, de maneira que, por tudo isso, seus epigramas não seriam somente eróticos, mas comportariam também uma dimensão programática.
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