Namoro e liberdade amorosa no Ocidente grego segundo a iconografia dos vasos italiotas (séc. V-IV a.C.)
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v33i2.870Palavras-chave:
Erótica heterossexual, liberdade amorosa, iconografia, Magna Grécia, Taranto, Apúlia.Resumo
Entre o último terço do século V e as primeiras décadas do século III a.C., desenvolveu-se no sudeste da Itália uma importante indústria cerâmica. Os chamados “vasos italiotas”, de tradição grega, foram produzidos inicialmente nas cidades gregas da costa do Mar Jônico (Metaponto, Tarento) e, a partir de meados do séc. IV, também nos núcleos urbanos indígenas mais desenvolvidos (e.g. Canosa, Ruvo). As cenas de namoro heterossexual, raramente representadas na iconografia ática, evoluem na pintura dos vasos ápulos para cenas de intensas carícias entre os amantes, expressas por meio de uma linguagem visual erótica muito rica, em que noivo e noiva estão muito próximos fisicamente, incluindo abraços e beijos. Essa nova erótica resulta de um ambiente repleto de trocas culturais, que caracteriza o mundo colonial grego.
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