As ânforas panatenaicas do Museu Arqueológico Nacional de Atenas
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v34i2.919Palavras-chave:
vasos gregos, festival das Panateneias , Museu Arqueológico Nacional de Atenas , identidade nacionalResumo
O objetivo principal deste artigo é refletir sobre a relação entre presente e passado a partir do estudo das ânforas panatenaicas e de outras cerâmicas do universo panatenaico, expostas no Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Estudam-se quinze objetos datados entre 575 e 359 a.C., provenientes dos jogos do Festival das Panateneias, evento cívico e religioso que ocorria em Atenas em homenagem à deusa políade e em cujas competições atléticas os vencedores ganhavam ânforas contendo o azeite sagrado das oliveiras de Atena. Com essa cultura material e a partir da análise da concepção de sua exposição, pretende-se indagar a respeito da contemporaneidade em relação a questões de identidade nacional, as quais permitem problematizar o esporte como elemento de construção da nação, a Grécia.
Downloads
Referências
BARROS, José. História da cultura material. Notas sobre um campo histórico em suas relações intradisciplinares e interdisciplinares. Patrimoniuss, Maricá, [n. p.], mar. 2009.
CAZELLI, Sibele; MARANDINO, Martha; STUDART, Denise. Educação e comunicação em museus de ciências. Aspectos históricos, pesquisa e prática. In: GOUVÊA, Guaracira; MARANDINO, Martha (org.). Educação e museu. A construção social do caráter educativo dos museus de ciências. Rio de Janeiro: Editora Access, 2003, p. 83-106.
CHELINI, Maria Júlia; LOPES, Sônia. Exposições em museus de ciências. Reflexões e critérios para análise. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 205-238, jul./dez. 2008.
DÍAZ-ANDREU, Margarita. A world History of nineteenth-century Archaeology Nationalism, Colonialism, and the past. Oxford: Oxford University Press, 2007.
FERREIRA, Lúcio. Patrimônio, pós-colonialismo e repatriação arqueológica. Ponta de Lança, São Cristóvão, v. 1, n. 2, p. 37-62, abr./out. 2008.
FRANCISCO, Gilberto. Panatenaicas. Tradição, permanência e derivação. 394f. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
FRANCISCO, Gilberto. Vasos áticos e tradição panatenaica: uma reflexão a partir do acervo do Museu Real Ontário, Toronto. Interfaces Brasil/Canadá, Canoas, v. 15, n. 1, p. 252-279, 2015.
FRANCISCO, Gilberto. Figuras de atletas e a noção de representação nas ânforas panatenaicas. Hélade, Niterói, v. 2, n. 1, p. 10-23, 2016.
FRONTISI-DUCROUX, Françoise; LISSARRAGUE, François. Vingt ans de vases grecs: tendances actuelles des études en iconographies grecques (1970-1990). Mètis. Anthropologie des Mondes Grecs Anciens, v. 5, n. 1-2, p. 205-224, 1990.
GAZI, Andromache. National museums in Greece: History, Ideology, Narratives. In: ARONSSON, Peter; ELGENIUS; Gabriella (ed.). Building national museums in Europe 1750-2010. EuNaMus Report n. 1. Linköping: Linköping University, 2011. p. 363-399.
GRILLO, José Geraldo. A nudez heroica na pintura da cerâmica ática. In: FUNARI, Pedro Paulo; MARQUETTI, Flávia Regina (org). Corpo a corpo. Representações antigas e modernas da figura humana. São Paulo: Editora Fap-Unifesp, 2014, p. 23-31.
GRILLO, José Geraldo. A imaginação do passado e a construção da identidade grega. O caso da arqueologia clássica no século XIX. In: SILVA, Glaydson; GARRAFFONI, Renata; FUNARI, Pedro Paulo; GRALHA, Júlio; RUFINO, Rafael (org.). Antiguidade como presença. Antigos, modernos e os usos do passado. Curitiba: Prismas, 2017a, p. 185-193.
GRILLO, José Geraldo. Warburg, Pathosformel e a gestualidade na arte grega. Algumas reflexões. Figura. Studies on the Classical Tradition, Campinas, v. 5, n. 1, p. 103-133, 2017b.
HAMILAKIS, Yannis. The nation and its ruins. Antiquity, Archaeology and National Imagination in Greece. Oxford: Oxford University Press, 2007.
HARDWICK, Lorna. Reception studies. Oxford: Oxford University, 2003.
HOOPER-GREENHILL, Eilean. The educational role of the museum. London: Routledge, 1994.
KALTSAS, Nikolaos et al. National Archaeological Museum. Athens: Kapon, 2010.
KYLE, Donald. Gifts and glory. Panathenaic and other greek athletic prizes. In: NEILS, Jenifer (ed.). Worshipping Athena. Panathenaia and Parthenon. London: University of Wisconsin, 1996. p. 106-136.
KOURI, Maria. Ownership and participation. Democratizing the governance of antiquities. Zarządzanie W Kulturze, v. 18, n. 1, p. 41-60, 2017.
LAGOGIANNI-GEORGAKARAKOS, Maria. National Archaeological Museum 1866-2016. Activities and synergies in Athens for a great anniversary. Athens: National Archaeological Museum, 2016.
LUND, John; RASMUSSEN, Bodil. Guides to the National Museum. Near Eastern and Classical Antiquities. Greeks, Etruscans, Romans. Athens: The National Museum, 1995.
MARK, Ira. The sanctuary of Athena Nike in Athens. Architectural stages and chronology. Princeton: American School of Classical Studies at Athens, 1993.
MARTINS, Camilla. O imaginário antigo e as ânforas panatenaicas do Museu Arqueológico Nacional de Atenas. 148 f. Tese (Doutorado em História) – Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2020.
MARTINS, Camilla. A iconografia dos vasos panatenaicos de Atenas entre 566 a.C. e 320 a.C. 136 f. Dissertação (Mestrado em História) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
MESKELL, Lynn (ed.). Archaeology under fire. Nationalism, politics and heritage in the Eastern Mediterranean and Middle East. London; New York: Routledge, 2002.
NATIONAL ARCHAEOLOGICAL MUSEUM. Website. Athens, 2008-2016c. Disponível em: http://www.namuseum.gr. Acesso em: 5 set. 2017.
PAPAGEORGIOU-VENETAS, Alexandros. Athens. The ancient heritage and the historic cityscape in a modern metropolis. Athens: The Archaeological Society at Athens Library, 1994.
PAPASPYRIDI-KAROUZOU, Semni. A proto-panathenaic amphora in the National Museum at Athens. American journal of Archaeology, v. 42, n. 4, p. 495-505, Oct./Dec. 1938.
PHILIPPAKI, Barbara. Vases of the National Archaeological Museum of Athens. Athens: Apollo, 1970.
POMIAN, Krzysztof. Colecção. In: ROMANO, Ruggiero (ed.). Enciclopédia Einaudi, v. 1, Memória - História. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1984. p. 51-86.
ROMANISIN, Alecsandra. Imagining Greece. Sensing antiquity in two Athenian museums. 2018. 69f. Dissertação (Master of Arts in Public Issues Anthropology) – University of Waterloo, Waterloo, Ontario, 2018.
RUBIO, Katia. Do olimpo ao pós-olimpismo. Elementos para uma reflexão sobre o esporte atual. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 130-43, jul./dez. 2002.
SILVA, Glaydson. A antiguidade romana e a desconstrução das identidades nacionais. In: FUNARI, Pedro Paulo; ORSER, Charles; SCHIAVETTO, Solange (org.). Identidades, discurso e poder. Estudos de arqueologia contemporânea. São Paulo: Annablume, 2005. p. 91-101.
TZIOVAS, Dimitris. Reconfiguring the past. Antiquity and Greekness. In: DAMASKOS, Dimitris; PLANTZOS, Dimitris (ed.). A singular antiquity. Archaeology and Hellenic Identity in twentieth-century Greece. Athens: Mouseio Benaki, 2008. p. 287-298.
VERNANT, Jean-Pierre. Entre mito e política. São Paulo: EDUSP, 2001.
WARNER, Marina. Monuments and maidens. The Allegory of the Female Form. Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 2000.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Camilla Miranda Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.